sexta-feira, 25 de junho de 2010

Recolhi meu corpo, apertando meus braços o mais forte que eu podia em volta de minhas pernas dobradas. Senti meus olhos queimarem, enquanto eu segurava o máximo que eu podia minhas lágrimas. Mas elas caíram, como sempre faziam, e seguiram o tão conhecido percurso pelo meu corpo. Cada vez que ela tocava uma pequena parte de meu rosto seco, uma forte dor alojada em meu organismo por tanto tempo, ia aparecendo e me matando lentamente, me queimando em carne viva. Sentia-me humilhada, por tudo. Pela vida, pelos amigos, que sempre provavam serem melhores que eu, e por mim mesma. Eu me afogava cada vez mais, em uma ilusão, em uma dor permanente e na minha própria covardia. Apertei ainda mais meu tronco contra minhas pernas, e deixei que as lágrimas cedessem, para que eu pudesse voltar a viver. Voltar a respirar, como eu sempre fazia. Eu não vivia, eu fingia viver. Porque tudo era uma dor, era uma decepção. Tudo era uma falsa tentativa de ser feliz, e reestruturar tudo que estava desfeito. Tudo era uma merda de uma falsa tentativa.

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