sábado, 12 de fevereiro de 2011

Governador Valadares, 11 de Fevereiro de 2011.

Papai,

Eu estou tão desesperada agora, papai. Estou segurando um choro, preso em mim há tanto tempo. Eu queria papai, queria que estivesse aqui, agora. Que eu pudesse lhe abraçar, apertado. Você não sabe. Mas... Eu sinto, tanto, mas tanto a sua falta. Quando fica tanto tempo longe. Eu não sou nenhuma inútil, papai. Mas, eu sempre acho que minha mãe sempre está certa ao dizer que eu não faço nada direito, que eu nunca faço nada certo, ela está certa, papai. Mas... Porque, será que você poderia me responder? O senhor sempre foi tão inteligente, sempre foi certamente o homem mais inteligente que conheço, e lhe admiro muito por isso. Sei que espera muito mais de mim, e peço um milhão de desculpas por não atender ao esperado por ti, e de minha mãe, papai. Eu tento, tento ser como o senhor, mas não consigo papai. Não dá. A culpa da minha incompetência para fazer tudo é única e exclusivamente minha, papai. Não quero tirar suas esperanças sobre meu respeito, não é isso que eu quero fazer. Eu ainda sou muito jovem, eu sei disso, e muitas coisas podem mudar até a hora em que eu tenha que fazer escolhas, mas devo te dizer que já há uma opinião formada em mim que de jeito algum vai mudar. Por mais alto que eu possa sonhar, eu vou realizar meus sonhos, vou correr atrás de todos eles, e te peço, papai, te peço que não me impeça, de realizá-los. Mas... O Senhor poderia me dar um sinal? O que for. Por onde for. Eu só... Preciso de uma certeza. Só aviso que sou um pouquinho lenta para entender alguns códigos. Se não for pedir muito, alguma frase escrita em um pedaçinho minúsculo de papel escrito algo parecido com: "Você está indo bem, minha filha. Esse é o caminho." Já seria o suficiente. Há outra coisa que tenho que te dizer papai. Tens sorte de eu não ter me tornado uma pessoa pior. Porque, parece que eu realmente sou a pior filha do mundo, como minha mãe mesma diz. Ah, papai. Estou sem pra onde correr. Só quero que me digas que estou seguindo corretamente. Aliás, eu imploro que me digas que estou certa. Porque eu quero estar certa. E Papai, olhe aqui, peço desculpas, se sou uma filha ruim papai, peço desculpas se faço tudo errado, se sou tão ruim. Peço desculpas se em momentos de pura raiva, eu o ache tão injusto. Papai, sou uma boa filha, não sou? Não, né? Tudo bem é justo.
Desculpe-me, novamente. Mas, juro, com todo meu coração, que eu sempre tento. Mas... O importante é que estou bem, papai. Sempre tenho que estar não é? 

Um enorme beijo, da pior filha que possui, e dá que não faz nada direito. Mariana.


Essa carta, é totalmente pessoal. Eu a escrevi pro meu pai, mas não tive coragem de entregar.

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