sábado, 29 de maio de 2010

O mundo da musica


O mundo da música está cada vez menos exigente. Qualquer banda de garotos bonitos e muito marketing faz sucesso. Letras que não fazem o menor sentido e melodias que não saem da cabeça. Roupas cuidadosamente desleixadas, sorrisos muito brancos e frase inteligentes, engraçadas e ensaiadas hipnotizam as garotas com mais eficiência que chocolate. Até porque ser fã não engorda.
Modinha. É assim que popularmente se chama o sucesso dessas bandas. Surgem do nada, arrebatam milhares de fãs histéricas - que mal sabem suas músicas (vulgo: posers) - e somem do mesmo jeito que surgiram. Depois de alguns meses, os cds, posters e camisetas vão parar em uma caixa no fundo do armário, o cemitério das bandas last week, e outra banda já ocupa os ouvidos e o coração das meninas. Ser pego escutando músicas da banda antiga é vergonhoso, trash, demodê, tão 2008.
Uma banda que surge discreta, conquista, aos poucos, seu espaço e fãs - de verdade - é rara, é over. Não está na moda, não está nas rádios, não está na novela. Mas é essa que me interessa, é essa que me conquistou. Nada de frases prontas ou de músicas I-wanna-sell-this, só um sonho e a vontade - e a capacidade - de torná-lo real.
Três milhões de cds distribuídos de graça, junto com um jornal inglês. O nome no livro dos recordes, como a banda mais jovem a emplacar o topo das paradas britânicas, tirando o lugar dos Beatles. Um cd feito pela própria gravadora. Nada santos, nada fashion, nada convencionais.
Quando vi, milhares de garotas loucas por McFLY. O meu McFLY. A minha banda, única, singular, virou modinha. "Do ya" na boca de todos. E as músicas antigas? Também são incríveis! Não, só o que está nas rádios - e na novela - interessa. Meses depois, tem outra banda nos headphones. Bonitinhos, arrumadinhos, certinhos, fabricados. McFLY não é mais a sensação do momento.
Sumiu? Não. Bandas realmente boas nunca somem.

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